Recrutamento de ONGs: 8 Dicas para quando contratar para ONGs na América Latina

A contratação de novos funcionários pode ser complicada e onerosa até mesmo para as maiores empresas, e, o mesmo se aplica ao recrutamento de Organizações Não-Governamentais (ONGs) – especialmente navegando pelo diversificado cenário jurídico e cultural da América Latina.

O que as organizações devem ter em mente quando se trata de recrutamento de ONGs?

• Entenda que habilidades sua ONG está procurando;
• Garantir que o salário/benefícios sejam proporcionais ao cargo;
• Alinhar as práticas de contratação com os objetivos das ONGs;
• Cumprir as leis locais de emprego;
• Fazer da diversidade uma prioridade;
• Descobrir a melhor maneira de contratar estrangeiros;
• Determinar se os candidatos compartilham os valores da ONG;
• Considerar a possibilidade de aumentar o pessoal para preencher novas funções;

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O recrutamento de ONGs é tão desafiador quanto a contratação de empresas com fins lucrativos?

Sim e não. Embora o processo de contratação possa ser semelhante entre as duas entidades, o processo de recrutamento das ONGs enfrenta seu próprio conjunto de desafios. Antes de as entidades sem fins lucrativos publicar um anúncio para uma vaga em aberto, elas devem considerar o seguinte:

1. Entenda que habilidades sua ONG está procurando

Quando organizações sem fins lucrativos ou ONGs precisam contratar novas pessoas, candidatos com certos conjuntos de habilidades são importantes. Mas as habilidades por si só não devem ser o fator determinante no recrutamento. Deve selecionar candidatos que trabalharam para ONGs ou organizações sem fins lucrativos no passado, ou, que se voluntariaram ou estagiaram com uma, mesmo que esses candidatos não possuam todas as habilidades que você está procurando. Dê mais peso aos candidatos que tenham tido experiência de trabalho no setor.

2. Garantir que o salário/benefícios sejam proporcionais ao papel

Ao contrário do setor privado, as pessoas que optam por trabalhar para uma organização sem fins lucrativos são frequentemente movidas pela paixão de fazer o bem no mundo. No recrutamento de ONGs, a compensação financeira não é o principal fator. Mas isso não significa que elas devam ser consideradas como mão-de-obra barata. Oferecer um salário competitivo e um pacote de benefícios garantirá aos novos contratados uma sensação de segurança e uma motivação maior para assumir todas as tarefas pelas quais serão responsáveis.

3. Alinhar as práticas de contratação com os objetivos de recrutamento das ONGs

Pode existiralguma dificuldade para peneirar os candidatos cujos valores estão estreitamente alinhados com os da ONG, daqueles que estão simplesmente procurando um emprego, e planejam usar a posição que você está oferecendo como um trampolim. O candidato mais qualificado poderia não ter nenhum plano para ficar a longo prazo na  ONG. O candidato menos qualificado poderia ter uma paixão pela organização e ver o cargo como uma carreira. Em alguns (mas não em todos) casos, a paixão supera a experiência.

4. Cumprir as leis locais 

Ao contratar pessoas que vivem na América Latina, sejam elas locais ou estrangeiras, é importante ter uma noção do que a lei estabelece em termos de relação de emprego; essas leis são diferentes de país para país. No recrutamento de ONGs, toda a documentação, requisitos contratuais, leis tributárias, feriados e tempo de licença terão que ser levados em consideração na decisão de contratação.

5. Fazer da diversidade uma prioridade de recrutamento das ONGs

Reunir pessoas de diferentes etnias, gêneros, orientações sexuais, idades e origens culturais impulsiona a criatividade no local de trabalho. As pesquisas também indicam que um local de trabalho diversificado é bom para os resultados de uma empresa. Isto também se aplica nas entidades sem fins lucrativos, portanto qualquer decisão de recrutamento de uma ONG deve levar em consideração o fato de que um local de trabalho mais inclusivo é do interesse de todos.

6. Descobrir a melhor maneira de contratar estrangeiros

O contexto importa aqui. Em alguns casos, será responsabilidade da pessoa encarregada pelo recrutamento de uma ONG, a de aperfeiçoar todos os processos e documentos relevantes de um determinado país latino-americano antes que um estrangeiro possa ser contratado. Em outros casos, pessoas de diversos lugares podem ser contratadas como empresas, o que é uma forma conveniente de contornar o incômodo de lidar com vistos, autorizações de trabalho, etc. No entanto, esta abordagem comporta alguns riscos. Em alguns países da América Latina, os contratantes são vistos com desconfiança pelo governo local, que às vezes considera este arranjo como uma espécie de relação de trabalho disfarçada.

7. Determinar se os candidatos compartilham os valores da ONG

Em empresas com fins lucrativos, é claro que a discussão de temas políticos polêmicos deve ser evitada. Embora seja ilegal na maioria dos países discriminar com base em crenças políticas ou religiosas, o recrutamento de ONGs se encontra na posição única de precisar avaliar os candidatos para determinar se seus valores estão de acordo com os da organização. É difícil ver como um candidato cujas visões/crenças pessoais são radicalmente diferentes daquelas da ONG será um bom candidato para organização.

8. Considerar a possibilidade de aumentar o pessoal para preencher novas funções

Se o processo de recrutamento da ONG não está conseguindo encontrar o candidato certo com a combinação ideal de habilidades e paixão pelo trabalho, então talvez não esteja destinado a ser. Se uma organização sem fins lucrativos se encontra nesta situação, pode fazer bem em mudar de marcha e oferecer o cargo a alguém que já é um membro respeitado/confiável da equipe. Talvez o candidato perfeito esteja bem debaixo do seu nariz, e tudo o que eles precisam é de um pouco de treinamento ou “upskilling” para fazer a transição para o novo papel.

Quais são alguns valores fundamentais de uma ONG típica que opera na América Latina?

• Serviço além do self: A função de uma ONG é servir aos outros, especialmente àqueles que foram oprimidos ou historicamente marginalizados.
• Respeito aos direitos humanos: A maioria das organizações de direitos humanos adere à Carta da Declaração Universal dos Direitos Humanos e promove o respeito aos direitos humanos, mesmo nas áreas mais violentas ou instáveis.
• Visão central: Em termos inequívocos, o processo de recrutamento de ONGs deve vislumbrar uma sociedade ideal, e seus membros, tanto experientes como inexperientes, devem se esforçar para alcançar esse ideal.
• Responsabilidade: Cabe às ONGs manterem seu trabalho e se apropriarem de suas atividades e de suas consequências, sejam elas positivas ou negativas.
• Cooperação além fronteiras: Em sua missão de enfrentar a pobreza e outros males sociais, a organização deve trabalhar em conjunto com outras ONGs da região para provocar mudanças positivas.
• Veracidade: Uma ONG deve ser verdadeira em suas relações com seus doadores, beneficiários dos projetos, pessoal, membros, organizações parceiras, governos e o público.

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