A Bolívia é um país rico em recursos naturais que são essenciais para a civilização moderna, desde minerais até hidrocarbonetos. O investimento em petróleo e gás na Bolívia vem recebendo atenção positiva há algum tempo. O país tem vastas reservas naturais que ainda não foram totalmente exploradas e seus compromissos crescentes de fornecimento exigem mais financiamento.
Há informações de que apenas 10% dos recursos minerais da Bolívia foram extraídos e, atualmente, o país é o maior exportador regional de gás líquido de petróleo (PLG), exportando seu produto para Argentina, Peru, Paraguai e Uruguai. Isso significa um número crescente de oportunidades de investimento em petróleo e gás na Bolívia.
Neste artigo, procuramos descrever a legislação de hidrocarbonetos e as oportunidades atuais de investimento em petróleo e gás na Bolívia. Na Biz Latin Hub, podemos ajudá-lo a entender novos mercados e orientá-lo no processo, às vezes difícil, da burocracia desconhecida. Isso inclui ajuda para estabelecer uma empresa na Bolívia ou em qualquer outro lugar da região por meio de nossa rede de escritórios locais dedicados na América Latina e no Caribe.
Oportunidades de investimento em petróleo e gás na Bolívia
Os hidrocarbonetos são compostos orgânicos formados por átomos de carbono e hidrogênio. Eles são encontrados em óleos brutos, como petróleo e gás natural, e são de grande relevância porque esses recursos são usados para combustão em aplicações de combustível para motores e aquecimento. Não é de surpreender que eles sejam de grande demanda nas formas de gás natural e gás líquido de petróleo (PLG) para a civilização moderna.
A Bolívia tem trabalhado para se tornar um grande exportador de gás natural e PLG. Atualmente, a Bolívia está exportando PLG para quatro países da América do Sul e negociou com sucesso o acesso ao porto de Illo com o Peru, o que é importante, pois fica de frente para o Oceano Pacífico e concede acesso a mercados estrangeiros. Além disso, a Bolívia recentemente assinou negociações com o Brasil para comercializar PLG e gás natural liquefeito (GNL) de 2025 a 2050. Ao longo dos anos, a Bolívia acumulou acordos comerciais com vários países da região.
Os crescentes compromissos da Bolívia com o fornecimento de gás exigirão mais atividades de extração de hidrocarbonetos, o que, por sua vez, exigirá mais financiamento. Em setembro de 2019, a Bolívia concluiu a venda de aproximadamente 1 milhão de metros cúbicos por dia (MMmcd) de gás natural para a MT Gas, do governo brasileiro do estado de Mato Grosso. Essa joint venture distribuirá gás por meio do gasoduto Bolivian East Gas (BEG). Além disso, a Bolívia está concorrendo em um leilão para fornecer 10 MMmcd de gás a 5 empresas de distribuição no Brasil.
Bolívia desfruta de estabilidade financeira e está buscando se tornar um importante fornecedor de gás líquido de petróleo e gás natural. Para conseguir isso, o país precisará facilitar mais operações de extração para atender às demandas futuras. A Bolívia criou um plano para 2019 de US$ 1,45 bilhão para o setor de gás natural, dos quais US$ 450 milhões serão destinados a esforços de exploração.
Legislação sobre hidrocarbonetos
Os investimentos em petróleo e gás na Bolívia seguem a legislação do país. Na Bolívia, o Ministério de Hidrocarbonetos, A Constituição e outras leis relacionadas formam o contexto para a regulamentação desse recurso natural. A Lei de Hidrocarbonetos nº 3.058, em vigor desde 17 de maio de 2005, estabelece que a Reserva Fiscal Petrolífera Boliviana (YFPB) representa o Estado nas subscrições de contratos petrolíferos (artigo 22). Além disso, de acordo com essa lei, a YFPB é responsável por calcular a remuneração recebida pelas empresas petrolíferas.
Contratos de investimento em petróleo e gás na Bolívia
O artigo 65 (Lei nº 3.058) descreve os seguintes tipos de contratos de exploração de petróleo:
- Contrato de risco compartilhado
- Contrato de operação
- Contrato de associação
O tipo mais comum de contratos assinados no início dos anos 2000 eram os contratos operacionais; no entanto, devido a mudanças constitucionais em 2009, o YFPB obedeceu ao novo regime de prestação de serviços e vem emitindo mais contratos de serviços.
Contrato de produção compartilhada
Esse tipo de contrato especifica que o governo está contratando uma empresa estrangeira para explorar ou realizar operações produtivas de recursos em troca de uma participação na produção. Nesse contrato, as instalações, as plantas e os recursos são de propriedade do Estado, e a empresa estrangeira é obrigada a pagar royalties. Por outro lado, a empresa estrangeira fica com uma porcentagem da produção e o restante da produção é compartilhado entre o Estado e ela, além disso, a empresa estrangeira tem o direito de comercializar sua parte da produção.
Contratos operacionais
A remuneração dos contratos de operação segue uma estrutura de custos recuperáveis e lucros remanescentes. Atualmente, os contratos de operação ainda são válidos, pois têm um prazo de 30 a 35 anos. Nesses contratos, as empresas petrolíferas são responsáveis pela exploração e explotação de hidrocarbonetos. Após o término dessas operações, elas entregam toda a produção à YPFB. Essa empresa, então, comercializa todos os produtos e faz o pagamento de royalties e impostos diretos sobre os hidrocarbonetos. Depois disso, ocorre a remuneração das operadoras de petróleo: A YPFB paga aos operadores seus respectivos custos recuperáveis e, se houver uma quantia restante, ela é distribuída entre a empresa petrolífera e eles.
Contrato de associação
Esse tipo de contrato é firmado entre a YPFB e a empresa detentora de um contrato de operação para a realização de atividades extrativas e comerciais, adotando o regime de associação previsto no código comercial. Nesses contratos de operação, a remuneração é estabelecida de acordo com porcentagens que variam mês a mês, seguindo a variabilidade da produção.
Contratos de serviço
Em 2009, a Bolívia aprovou uma nova Constituição Política que implementou o regime de prestação de serviços. A YPFB começou a assinar contratos de serviço para atividades de exploração e extração sob esse regime, no qual as empresas realizam operações em troca de remuneração ou pagamento por seus contratos de petróleo. Embora a Lei de Hidrocarbonetos ainda em vigor descreva os três tipos de contrato mencionados acima, a Constituição estabelece o contrato de prestação de serviços como um tipo de contrato separado.
As características dos contratos de serviço são diferentes dos contratos de operação. Nos contratos de serviço, a empresa assume o risco da atividade exploratória. Além disso, se forem encontrados hidrocarbonetos, a YPFB deve emitir uma declaração de comercialização para essa área antes de iniciar outras operações. Se as empresas quiserem realizar atividades de exploração/produção, elas devem estabelecer uma nova empresa em parceria com a YPFB sob a figura da Sociedade Anônima (SAM).
A empresa conjunta entrega seus produtos à YPFB, que se encarrega das tarefas de remuneração e pagamento de royalties. Da mesma forma que no caso dos contratos operacionais, a YPFB realiza a comercialização dos hidrocarbonetos e recebe toda a renda proveniente dessas vendas. Em primeiro lugar, paga os royalties, a participação da Tesouraria Geral da Nação (TGN) e a IDH; no entanto, diferentemente do que acontece com os contratos de exploração, a empresa estatal mantém uma participação monetária (valor variável em cada contrato) diretamente, para depois entregar o restante da receita à empresa petrolífera SAM como compensação pelos serviços de exploração e aproveitamento.
Os lucros dos contratos de serviços são recebidos de acordo com a participação acionária. De acordo com o artigo 363 da constituição, a participação da YPFB em qualquer empresa deve ser de pelo menos 51%, portanto o limite para a contribuição das empresas petrolíferas é de 49%. Isso é importante porque os lucros dessas empresas SAM são distribuídos entre os sócios de acordo com sua participação acionária. No entanto, dada a demanda em grande escala por petróleo e gás, o retorno sobre o investimento é positivo.
Para os investidores interessados em fazer negócios e licitações, as chamadas são divulgadas no site oficial do Ministério de Hidrocarbonetos.
Processo de aprovação de contrato de serviço para investimento em petróleo e gás na Bolívia
A YPFB realiza atividades de exploração e explotação em suas 98 áreas reservadas por conta própria ou em uma associação. O processo de contratação de serviços é o seguinte:
- Uma decisão sobre o desenvolvimento de atividades
- Seleção de uma empresa petrolífera para se associar
- Negociação do contrato de serviços de exploração e explotação de hidrocarbonetos
- Aprovação do contrato negociado e encaminhamento
- Autorização para subscrição pela assembleia legislativa
- Aprovação do contrato pela assembleia legislativa.
Biz Latin Hub pode ajudar com investimentos em petróleo e gás na Bolívia
Os investimentos em petróleo e gás na Bolívia se beneficiam das condições atuais. O país vem dobrando os esforços para se tornar mais aberto a investimentos estrangeiros e para poder cumprir seus compromissos como principal fornecedor de gás na região.
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