Das relações comerciais entre Rússia e Brasil beneficiarão o comércio do país. À medida que a economia do Brasil se recupera, o país está trabalhando para melhorar seu apelo comercial a investidores estrangeiros. Isso inclui estabilizar sua economia, trabalhar para concluir acordos comerciais com parceiros estratégicos e iniciar conversas mais profundas com os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Na décima primeira cúpula do BRICS, representantes e executivos de empresas russas e brasileiras lançaram as bases para melhorar as relações comerciais entre esses dois países. Segundo o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia, o potencial econômico da Rússia e do Brasil pode chegar a US$ 50 bilhões se as interações econômicas forem energizadas.
Neste artigo, exploramos a relação comercial entre esses dois países e como os acordos comerciais podem impactar a confiança dos investidores em fazer negócios no Brasil.
Perspectivas de relações comerciais entre Rússia e Brasil
Representantes e membros da alta cúpula da Rússia e do Brasil se reuniram no décimo primeiro Summit do BRICS, realizado no Brasil nos últimos dias 13 e 14 de novembro. Este Summit é relevante, pois os países do BRICS representam juntos 42% da população global e 18% do comércio global.
Representantes e comerciantes mantiveram discussões e trabalharam para identificar futuras oportunidades das relações comerciais entre Rússia e Brasil.
De acordo com o embaixador da Federação Russa no Brasil, Sergei Akopov , as relações econômicas não estão em um nível ideal. Além disso, Gilberto Ramy , presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia, afirmou que o atual registro de transações de US$ 5 bilhões entre empresas brasileiras e russas ainda deixa espaço para um grande potencial em termos do que eles poderiam alcançar, que poderão ser US$ 50 bilhões.
Áreas com espaço para melhorias para o comércio Rússia-Brasil
Andrew Gurvey , que também é CEO da PhosAgro , e presidente da Câmara de Comércio desses países, mencionou oportunidades de melhoria das relações comerciais entre Rússia e Brasil. Ele tem uma vasta experiência na indústria de fertilizantes e mencionou que, para potencializar o comércio bilateral entre o Brasil e a Rússia, as duas potências precisam trabalhar para simplificar os procedimentos burocráticos e diversificar a logística que permitirá que mais exportações do Brasil cheguem à Rússia e vice-versa.
Além disso, afirmou que os exportadores russos têm obstáculos ao lidar com a regulamentação aduaneira e obter licenças de importação no Brasil. Segundo ele, vários impostos e taxas aplicados a mercadorias importadas tornam os produtos mais caros para os clientes brasileiros.
Comércio do Brasil com a Rússia
Atualmente, o Brasil tem um déficit comercial com a Rússia, o que significa que o país importa mais do que exporta. Em 2018, esse déficit atingiu US$ 1,71 bilhão. Nesse sentido, o Brasil poderia negociar acordos comerciais para propor uma balança comercial mais equilibrada nos setores que o país procura impulsionar e que atendam à demanda ou às necessidades dos clientes russos.
Uma característica importante das relações comerciais do Brasil com a Rússia é que as exportações brasileiras são mais diversificadas que as da Rússia, o que é um sinal positivo, pois isso significa que o país não depende muito de um único setor.
Brasil exporta para a Rússia
As maiores exportações do Brasil para a Rússia são de produtos agrícolas, veículos e carne. Em 2018, as exportações totais para a Rússia representaram US$ 1,66 bilhão. Mais recentemente, em julho de 2019, as relações econômicas e importações brasileiras da Rússia atingiram US$ 516,8 milhões.
As principais exportações do Brasil para a Rússia em 2018 incluíram:
- Sementes oleaginosas, grãos, sementes, frutos: US$ 527,58 milhões
- Veículos não ferroviários ou bondes: US$ 369,17 milhões
- Carne e miúdos comestíveis: US$ 138,20 milhões
- Preparados comestíveis diversos: US$ 81,60 milhões
- Tabaco e sucedâneos manufaturados: US$ 79,27 milhões
- Açúcar e confeitos: US$ 73,99 milhões
- Produtos químicos inorgânicos, composto de metal precioso, isótopo: US$ 73,23 milhões
- Café, chá, mate: US$ 68,18 milhões
- Máquinas, reatores nucleares: US$ 65,43 milhões
- Ferro e aço: US$ 49,54 milhões.
Brasil importa da Rússia
As importações brasileiras da Rússia representaram US$ 3,37 bilhões em 2018. Fertilizantes, combustíveis minerais e alumínio foram os que apresentaram melhor desempenho nessas transações. Dado que os fertilizantes chegam a quase US$ 2 bilhões, o Brasil é um importante parceiro comercial da Rússia nesse setor.
Os principais produtos importados pelo Brasil em 2018 incluíram:
- Fertilizantes: US$ 1,90 bilhão
- Combustíveis minerais, óleos e produtos de destilação: US$ 660,81 milhões
- Alumínio: US$ 301,39 milhões
- Sal, enxofre, pedra, gesso, cal e cimento: US$ 94,79 milhões
- Pérolas, pedras preciosas, metais, moedas: US$ 93,36 milhões
- Borracha: US$ 86,74 milhões
- Ferro e aço: US$ 79,95 milhões
- Níquel: US$ 26,83 milhões
- Equipamentos elétricos, eletrônicos US$ 25,08 milhões.
Como as relações econômicas afetam o comércio no Brasil
Atualmente, os fertilizantes são as principais importações brasileiras da Rússia. Em 2014, a importação de fertilizantes foi facilitada pela abolição de uma tarifa de 6% de fertilizantes ecológicos de alta qualidade fabricados na Rússia. Graças a isso, as importações de fertilizantes aumentaram e fazem parte do suprimento para produção agrícola no Brasil.
Outro setor forte para as exportações brasileiras para a Rússia é a carne. A Rússia impediu que a carne bovina e suína brasileira entrasse em suas fronteiras devido ao aditivo alimentar ractopamina encontrado em alguns embarques de carne suína. No entanto, essa proibição foi levantada em novembro deste ano.
Fazendo negócios no Brasil
Após assinar acordos comerciais bem-sucedidos com os Emirados Árabes Unidos (EAU), com a China e obter acesso a muitos países como a Índia por meio do acordo comercial preferencial do Mercosul, os traders do Brasil têm acesso mais fácil aos mercados internacionais.
Globalmente, as exportações brasileiras incluem principalmente oleaginosas, combustíveis minerais, minérios, máquinas, carnes e veículos. Este ano, o país experimentou um boom nas exportações de carne bovina para a China e isso energizou fortemente esse setor.
Além disso, o cenário empresarial brasileiro é diversificado, rico e moderno. O Brasil é o centro de fintechs (tecnologia financeira) da América do Sul, com muitas startups de fintech avaliadas em mais de US$ 1 bilhão e duas startups de fintech com valores superiores a US$ 10 bilhões. Para acessar esse mercado, certifique-se de conhecer a legislação local.
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