O lítio é um metal comumente usado na produção de baterias para veículos elétricos (VE) e, como as vendas de veículos elétricos estão crescendo, a demanda por lítio está aumentando rapidamente. Essa é uma boa notícia para a Argentina e o Chile, duas potências do setor global de lítio. Esses países compreendem algumas das áreas mais ricas em lítio do mundo e a previsão é que essa tendência de crescimento da demanda de lítio continuará nos próximos anos. Portanto, neste artigo, daremos uma olhada na influência que essa tendência tem sobre o setor de lítio no Chile e na Argentina e nas possíveis oportunidades que podem surgir nesses mercados.
O que está impulsionando o crescimento da demanda de lítio?
Enquanto no passado a demanda de lítio dependia principalmente de smartphones e laptops, hoje em dia os veículos elétricos estão aumentando cada vez mais a demanda por lítio. Os veículos elétricos exigem até 4.800 vezes mais lítio do que um smartphone. A popularidade dos veículos elétricos aumentou rapidamente nos últimos anos e espera-se que essa tendência continue no futuro. Muitos governos, como o do Reino Unido, por exemplo, introduziram planos para eliminar os veículos com motor de combustão como parte do movimento global de combate às mudanças climáticas. Além de um rápido aumento na demanda, essas medidas ajudam a garantir uma demanda de longo prazo para o lítio. Essa previsão é compartilhada por Elon Musk, CEO da Tesla, um dos maiores produtores de veículos elétricos do mundo, que está buscando fontes de lítio no Chile em antecipação ao aumento esperado na demanda de lítio.
Alguns críticos dizem que o aumento da oferta causará uma queda nos preços. Entretanto, os especialistas argumentam que, devido ao tamanho da demanda e à dificuldade de extrair lítio, a demanda continuará a superar a oferta. Os analistas esperam que a demanda de lítio atinja 775.000 toneladas em 2025, em comparação com as 175.000 toneladas de 2015. Além disso, eles esperam um déficit de fornecimento de 100.000 toneladas de lítio até 2025. Esses desenvolvimentos certamente proporcionarão muitas oportunidades para os investidores no futuro.
Chile: Novo presidente cria novas oportunidades para o lítio
Atualmente, o Chile é o segundo maior produtor de lítio do mundo, produzindo 70.000 toneladas de lítio por ano, superado apenas pela Austrália, com 76.000 toneladas. As reservas de lítio do Chile estão localizadas principalmente em suas salinas ricas em lítio. Essas planícies estão localizadas no deserto de Atacama e também estão presentes do outro lado da fronteira, na Argentina e na Bolívia. O lítio de alta qualidade nessa área é extraído de depósitos de salmoura de lítio. Isso difere de outras partes do mundo, onde, por exemplo, na Austrália, a maior parte do lítio é extraída de minas de rocha dura. Entretanto, a extração de lítio de minas de rocha dura é muito mais difícil e cara do que a extração de depósitos de salmoura. Isso permite que o Chile e a Argentina se beneficiem de margens de lucro muito maiores para seu lítio.
Embora a extração de lítio no Chile seja fortemente controlada pelo governo, o país agora está procurando expandir sua produção devido ao aumento da demanda global de lítio. Além disso, a eleição de Piñera, que é favorável aos negócios, dará um impulso ao setor de lítio do país. Piñera é considerado um grande apoiador do setor de mineração e espera-se que, sob seu governo, as regulamentações rigorosas relativas às licenças de produção e exportação sejam flexibilizadas. Essas expectativas recebem mais apoio pelo fato de que, logo após a posse de Piñera, uma licença para produzir e exportar lítio foi concedida à Minera Salar Blanco (MSB), uma joint venture de propriedade de empresas australianas, chilenas e canadenses.
Argentina: Pronta para um grande crescimento no setor de mineração
Atualmente, a Argentina produz 30.000 toneladas de lítio por ano, o que a torna o terceiro maior produtor de lítio do mundo. No entanto, o país tem grandes planos para aumentar sua produção de lítio. O principal motivo por trás desse desenvolvimento é político, e o novo governo de Macri, assim como o de Piñera, é considerado favorável aos negócios. Macri, que está abrindo o país para o capital estrangeiro, declarou que o desenvolvimento do setor de lítio será uma prioridade. O governo de Macri já implementou algumas políticas que tiveram um efeito positivo no setor de lítio. Por exemplo, o governo de Macri acabou com o imposto de exportação sobre produtos minerais e suspendeu a proibição de que as empresas enviassem os lucros obtidos na Argentina para suas matrizes. Essas medidas parecem ter sido bem-sucedidas e, desde que Macri assumiu o cargo no final de dezembro de 2015, a Argentina tem recebido mais investimentos em seu setor de lítio do que o vizinho Chile. Em um futuro próximo, Macri espera que a Argentina tenha condições de produzir metade do lítio do mundo.
No entanto, há também um problema. A mineração de lítio é muito diferente e complicada em comparação com outras atividades de mineração e, como resultado, há uma escassez de trabalhadores locais qualificados. Por outro lado, isso abre oportunidades para que os participantes estrangeiros tragam sua experiência para a Argentina e preencham essa lacuna.
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