Nos últimos anos, as empresas chinesas continuaram a expandir suas operações no exterior. Com a iniciativa “One Belt One Road” (BRI), seu principal programa econômico e de desenvolvimento, a China anunciou os planos de aumentar os investimentos na América Latina. Durante a última década, a China forneceu mais de US$ 140 bilhões em compromissos de empréstimos para a América Latina. Juntamente com a iniciativa Um Cinturão na Estrada, ela se integrará ainda mais a muitos países latino-americanos. Muitos países latino-americanos já classificam a China em primeiro lugar em seus fluxos de investimento estrangeiro. Na mesma linha, o Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que a América Latina já se tornou o segundo maior destino dos investimentos chineses no exterior.
Entretanto, a Colômbia tem sido vista como um território hostil para os investidores chineses, o que a torna a única exceção.
Investimento da China na Colômbia
No início de 2018, havia aproximadamente 74 empresas chinesas na Colômbia. No entanto, dessas, apenas algumas têm escritórios na Colômbia. Esse tipo de empresa é chamado de “empresa de apartamento”, pois trabalha na casa de um dos funcionários da empresa. Isso não indica significativamente o interesse dos chineses em aproveitar todas as oportunidades de negócios na Colômbia. Esse aspecto foi visto como uma falta de interesse pelos colombianos, já que os chineses não consideram a Colômbia como “o” destino de investimentos quando pensam em investimentos estrangeiros na América Latina.
Em 2018, aproximadamente 15 novas empresas chinesas estabeleceram uma empresa na Colômbia. No entanto, muitas dessas empresas inspiradoras tentam esconder seu lado chinês para ter um futuro de negócios melhor e uma conexão mais próxima na e com a Colômbia. Um exemplo é a MINISO, uma marca que vende todos os tipos de itens domésticos e pessoais. Ela tem suas raízes na China, mas emprega designs japoneses. Mais especificamente, eles têm tentado se vender como uma marca japonesa, separando completamente qualquer associação com a China. Uma explicação para essa estratégia é a imagem mental que os colombianos têm dos produtos chineses. A imagem que eles têm das empresas chinesas é congruente com a baixa qualidade.
Barreiras culturais
Apesar de a globalização abrir novos caminhos para a expansão dos negócios, os hábitos culturais colombianos e chineses continuam muito diferentes (especialmente para fazer negócios). A incompreensão das diferenças culturais dificulta a cooperação e o desenvolvimento de um relacionamento bilateral sólido. Os chineses usam a chamada abordagem “guanxi” para as redes sociais. Ela tem uma grande influência na gestão dos negócios cotidianos. Em um contexto de negócios, o guanxi ocorre inicialmente por meio de interações individuais antes de ser aplicado em nível corporativo. Na Colômbia, existe um conceito semelhante chamado “Rosca”. É um tipo especial de abordagem de negócios que tem um significado muito próximo ao de “guanxi”. Entretanto, a Rosca é vista como algo ruim na Colômbia. Portanto, quando as empresas chinesas tentam entrar na Colômbia, elas não sabem como se assimilar adequadamente, pois suas abordagens de negócios geralmente são vistas de forma negativa.
Consequentemente, a China tem uma imagem um tanto misteriosa na Colômbia. Por um lado, a China é um dos maiores parceiros comerciais da Colômbia. O Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, até mesmo expressou seu desejo de uma “amizade eterna que continuará por gerações” em um livro sobre as relações diplomáticas sino-colombianas. No entanto, da China, a Colômbia recebeu relativamente pouco investimento em comparação com outros países da região, como Peru e Equador. Esses países têm uma relação política muito mais forte com a China do que a Colômbia.
Esforços políticos
Essa relação política é prejudicada pela falta de benefícios comerciais entre os dois países. Outros países que têm acordos de livre comércio com a China fortalecem suas relações comerciais, promovem investimentos de empresas chinesas e concordam com a qualidade de bens e serviços. Além disso, as empresas comerciais chinesas que tendem a exportar produtos locais não estão mais sujeitas a tarifas comerciais significativas. Portanto, os “frutos” não são colhidos na Colômbia.
Entretanto, como o governo dos EUA adota uma abordagem mais protecionista, em contraste com a contínua política de expansão chinesa, a Colômbia poderá receber os investimentos chineses de braços abertos no futuro. O diálogo sobre um acordo de livre comércio com a China já começou, e o desejo do governo de aumentar a cooperação sino-colombiana está claramente presente.
O governo colombiano tem declarado repetidamente seu desejo de investir em infraestrutura e energia, o que é visto como o caminho natural para o desenvolvimento econômico da Colômbia. Os investidores chineses podem se envolver cada vez mais em projetos de grande escala em ambos os setores. Em 2012, o governo colombiano assinou quatro acordos de cooperação relacionados ao setor de hidrocarbonetos para promover os investimentos chineses.
Atualmente, a China está envolvida em muitos projetos nesse campo. Por exemplo, o Projeto do Gasoduto Central foi assinado entre o Banco de Desenvolvimento da China e a Colômbia por um período de três anos.
Não é apenas por meio do comércio que a China está ampliando seu alcance na Colômbia. A presença de três Institutos Confúcio – que têm o objetivo de promover a língua e a cultura chinesas – sugere que a China está tentando estabelecer uma conexão genuína e duradoura. Esses desenvolvimentos são os mais significativos, pois as relações entre os países dependem das relações entre as pessoas. Com isso em mente, os três institutos Confúcio parecem ser uma tentativa da China de promover laços diplomáticos e culturais.
China fortalecerá investimentos na Colômbia
A Colômbia oferece grandes possibilidades para investimentos chineses em diferentes setores. Isso foi demonstrado na feira China-América Latina em novembro do ano passado. A feira, organizada pelo conselho chinês para a promoção do comércio internacional e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), criou uma plataforma para promover o comércio e o investimento entre a China e os países latino-americanos.
Durante o evento, a Colômbia mostrou aos investidores chineses um grande potencial em um amplo conjunto de setores. No setor agroindustrial, a Colômbia oferece 10 milhões de hectares disponíveis para o cultivo de frutas, legumes, cacau, ervas aromáticas e café, entre outros.
No setor metal-mecânico, a Colômbia precisa de investimentos em montagem de veículos, indústria automobilística, produção de cimento, cerâmica e pré-fabricação.
O turismo é definido como “o novo petróleo” do país. Há uma ampla gama de possibilidades para projetos hoteleiros, entre outros. Além disso, a ProColombia anunciou o desenvolvimento de diferentes projetos de energia renovável ou alternativa, o que promove investimentos e exportações não tradicionais.
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Nos últimos anos, os investidores chineses têm se interessado cada vez mais em investir nos setores favoráveis da Colômbia, como recursos naturais e infraestrutura. Devido aos esforços políticos para fortalecer os aliados, o influxo de investimentos chineses no exterior na Colômbia está aumentando atualmente.
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