O mercado de energia renovável na América Latina se recuperou em 2021, depois de sofrer com a pandemia global em 2020, de acordo com um relatório recém-lançado.
Impulsionada em parte por grandes projetos de energia verde no Brasil e no Chile, a capacidade eólica e solar na região cresceu 50% em 2021, e espera-se que a energia renovável na América Latina continue a se expandir à medida que os governos buscam atingir as metas de energia limpa.
De acordo com os meios de comunicação que informam sobre o “Latin America Market Outlook”, publicado pela Bloomberg New Energy Finance (NEF), um total de 17,5 GW de capacidade de energia eólica e solar foi adicionado em toda a região em 2021, com US$ 18 bilhões investidos em energia renovável na América Latina.
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Esse relatório destacou como as fontes de energia eólica e solar fotovoltaica (PV) respondem atualmente por mais de 10% da energia produzida na Argentina, no Brasil, no Chile e no México.
“O Brasil foi o principal mercado responsável pelo crescimento das energias renováveis na América Latina no ano passado. Vimos um boom na atividade fotovoltaica em pequena escala, mas os projetos eólicos e fotovoltaicos em escala de serviços públicos também atingiram números recordes”, disse Natalia Castilhos Rypl, principal autora do relatório. “O Chile também teve um ótimo ano, pois o país alcançou um recorde de adições líquidas de energia eólica e solar.”
O Brasil liderou o caminho em termos de adoção de energia renovável, com a energia eólica onshore crescendo 3,6 GW, a energia fotovoltaica em grande escala crescendo 1,7 GW e a energia fotovoltaica em pequena escala crescendo 5 GW, para um aumento total de 10,3 GW – efetivamente dobrando a produção de energia renovável em comparação com 2020.
De acordo com o relatório, esse padrão foi impulsionado pelo fato de 65% dos investimentos em energia renovável na América Latina estarem concentrados no Brasil, sendo o Chile o segundo mercado que mais atraiu investimentos.
Segundo informações, isso ajudou a expansão da energia limpa no Chile a atingir recordes, com mais de 800 MW de energia eólica e 1,4 GW de energia solar adicionados em 2021. Isso fez com que a energia solar se tornasse a segunda fonte de energia mais importante no Chile, respondendo por 18% do fornecimento total de energia e superada apenas pela hidrelétrica (21%).
“O Chile tem um mercado de energia renovável competitivo e em rápida evolução que poderia se adaptar bem às condições impostas pela pandemia”, disse Dario Morales, diretor de pesquisa da Associação Chilena de Energia Renovável (ACERA). “Estamos passando por uma profunda transformação em nosso mix de energia graças ao abandono do carvão e à expansão das energias renováveis.”
O crescimento da energia renovável na América Latina não se reflete em todos os principais mercados
Embora o Brasil e o Chile tenham registrado um crescimento impressionante para impulsionar o mercado de energia renovável na América Latina, resultados semelhantes não foram observados na Argentina e no México. De acordo com o relatório, isso se deveu a uma combinação de condições econômicas e mudanças regulatórias em ambos os países – a segunda e a terceira maiores economias da América Latina em termos de PIB.
Isso fez com que a capacidade eólica e solar no México permanecesse essencialmente inalterada entre 2020 e 2021, sendo que a reforma energética promovida pelo presidente Andres Manuel Lopez Obrador, rejeitada pelo congresso mexicano, foi um fator fundamental.
Como resultado, os combustíveis fósseis continuam a ser a fonte de energia dominante no país norte-americano, supostamente respondendo por 66% do fornecimento. A meta de gerar 35% da energia a partir de fontes renováveis até 2024 foi adiada para 2030.
As condições econômicas na Argentina, por sua vez, representaram um obstáculo ao investimento, de acordo com o relatório. Assim, enquanto 1 GW de capacidade de energia solar e eólica foi adicionado em 2021, cerca de 900 MW de energia gerada por combustíveis fósseis também foram adicionados.
A Argentina, ao contrário do México, avançou em direção à meta de expandir a energia gerada por fontes renováveis, com o objetivo de gerar 20% de sua energia a partir de fontes verdes até 2025.
No entanto, a análise da BloombergNEF sugeriu que a capacidade de energia limpa do país não se expandiria com rapidez suficiente para atingir essa meta, com 90 projetos aprovados de energia renovável supostamente paralisados devido à situação econômica.
“O investimento em energia limpa na Argentina vem caindo drasticamente desde 2018, no entanto, ainda vimos uma quantidade razoável de parques eólicos comissionados no ano passado, pois eles já haviam garantido o financiamento”, disse Castilhos Rypl.
Outros mercados contribuirão mais para o crescimento da energia renovável na América Latina
A BloombergNEF informa que espera que o Brasil continue a ser o líder regional em termos de energia renovável na América Latina, enquanto a energia solar deve se tornar a fonte de energia mais significativa do Chile até o final de 2022.
O relatório também observa que a Colômbia está na fila para um boom plurianual de energia renovável, com 4 GWs previstos para serem adicionados nos próximos quatro anos. Isso ampliará significativamente a parcela da energia colombiana derivada de fontes limpas, que atualmente é de 7%.
No início deste ano, foram anunciados planos para um grande projeto de energia eólica na costa caribenha do país, com capacidade para gerar 200 MW de energia.
“Há um longo caminho a percorrer, mas no futuro teremos um papel muito mais forte para as energias renováveis em nosso mix de energia”, disse Germán Corredor, diretor da SER Colombia, a associação de energia renovável do país. “Os projetos solares e eólicos com luz verde em 2019 entrarão em operação este ano, enquanto a construção dos projetos alocados no ano passado será iniciada.”
No entanto, a BloombergNEF adverte que, para que o mercado de energia renovável na América Latina atinja seu potencial, os governos da região precisarão trabalhar arduamente para garantir que as redes de energia possam acompanhar os desenvolvimentos – com a energia limpa exigindo investimentos significativos em infraestrutura para crescer.
Isso será fundamental para que a região atinja as metas estabelecidas pela iniciativa Renováveis na América Latina e no Caribe (RELAC), na qual 15 países de toda a região estabeleceram o objetivo de gerar 70% da energia a partir de fontes renováveis até 2030.
Os signatários incluem Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Guatemala, Haiti, Honduras, Paraguai, Peru e Uruguai, com um relatório recente destacando que a Costa Rica e o Uruguai já haviam ultrapassado essa meta.
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