Antes de 2000, havia pouco comércio entre a Ásia e a América Latina. Atualmente, o sólido desempenho econômico em ambas as economias emergentes cria uma perspectiva favorável para o comércio entre as duas regiões.
Devido às competências e aos recursos complementares, o apoio às relações comerciais inter-regionais cresceu. Posteriormente, os níveis de comércio e investimento se aceleraram, à medida que ambos os continentes continuam em sua jornada de crescimento econômico. A América Latina é um mercado adequado para os produtos, serviços e tecnologias da Ásia com preços competitivos. A expansão econômica da Ásia exige grandes importações de matérias-primas e produtos agrícolas, nos quais a América Latina é abundante.
Dois parceiros improváveis
A Ásia e a América Latina estão separadas por grandes distâncias físicas, fusos horários, culturas e idiomas. Apesar disso, um número cada vez maior de intercâmbios acadêmicos e culturais por meio de instituições, turismo e mídia está ajudando a diminuir a distância entre essas duas regiões tão diversas. Muitos elementos são necessários para apoiar uma integração econômica profunda e sustentável.
Entretanto, como muitas economias latinas e asiáticas buscam diminuir sua dependência dos Estados Unidos e da China, o comércio inter-regional é uma solução promissora. As relações comerciais entre a América Latina e a Ásia estão crescendo à medida que o comércio continua a aumentar. A Ásia é agora o segundo maior cliente das exportações latino-americanas.
Além disso, os investimentos estão prosperando entre as duas regiões. Atualmente, os países asiáticos mais proeminentes na América Latina são a China e o Japão. Analisamos a situação atual do comércio entre as regiões e o que outras economias asiáticas podem oferecer às empresas e aos empreendedores latino-americanos.
O papel da América Latina na Ásia
A Ásia importa commodities da América Latina (LatAm), como petróleo, soja e minério (cobre e ferro). Essas matérias-primas são escassas na Ásia e, portanto, as exportações latino-americanas complementam o mercado asiático. As exportações da América Latina exportações para Países da Ásia-Pacífico cresceu 18,7% em relação ao ano anterior nos três primeiros trimestres de 2017. Os principais atores no relacionamento da América Latina com a Ásia são o México e o Brasil, naturalmente devido ao tamanho de suas economias.
Acordos comerciais como o Mercosul e a Aliança do Pacífico ajudaram a América Latina a harmonizar sua posição em relação ao comércio e a aumentar sua própria cooperação econômica regional na região. Os acordos fortaleceram a posição da América Latina no comércio na economia global e, posteriormente, entraram em mercados como o asiático.
Empresas latino-americanas na Ásia
- Bimbo (produtos de panificação mexicanos): uma empresa multinacional bem integrada verticalmente. A Bimbo tem uma fábrica em Pequim e, no ano passado, adquiriu uma empresa chinesa concorrente de panificação por atacado, consolidando ainda mais sua presença na Ásia.
- AJE (bebidas carbonatadas peruanas): custos de preços competitivos e esforços estratégicos de marketing penetraram nos mercados asiáticos e têm fábricas na Indonésia.
- IMPSA (soluções energéticas argentinas): grandes investimentos na Malásia, onde possui instalações de produção que atendem ao mercado asiático. Posicionada no negócio de energia renovável.
Muitas empresas latino-americanas que obtiveram sucesso na Ásia já eram líderes de mercado em seus países. Essa experiência e esse apoio financeiro ajudaram sua expansão asiática. Atualmente, a região tem um controle mais fraco sobre o mercado asiático do que as empresas asiáticas têm na América Latina. É importante observar que a Ásia é menor que a América Latina em termos de população e PIB. Isso traz um poder econômico significativo para a relação comercial.
No entanto, à medida que a população asiática de classe média cresce, ela exige produtos diversificados e diferenciados dos que lhes são oferecidos atualmente. Há uma oportunidade para a América Latina atender a essa demanda do mercado.
Oportunidades futuras para a América Latina na Ásia
As oportunidades para a América Latina estão nas energias renováveis e sustentáveis. Atualmente, uma grande parte do comércio latino-americano depende da exportação de gás de petróleo e de recursos naturais por meio da mineração. O foco precisa se voltar para as energias renováveis. Para se manter competitiva, a América Latina se sairá bem ao se envolver em atividades comerciais de alto valor para atender à demanda asiática no futuro. Considerando que commodities como o petróleo não durarão para sempre, a América Latina se beneficiará ao fornecer novas ofertas de mercado para exportação a seus parceiros comerciais asiáticos.
Também há oportunidades em produtos agrícolas para os quais a América Latina tem uma vantagem comparativa. Há outras áreas potenciais de crescimento em viagens, transporte e finanças, que combinam a experiência e as vantagens comparativas das regiões.
O que a Ásia oferece à América Latina?
A Ásia é líder global em tecnologia. À medida que os mercados asiáticos ficam saturados, eles procuram expandir suas relações comerciais no exterior. A América Latina tem níveis muito mais baixos de industrialização e, portanto, deve se beneficiar da importação desses produtos da Ásia.
Atualmente, a América Latina importa bens intermediários de valor agregado e produtos tecnológicos, como telefones, computadores e peças eletrônicas dos países asiáticos. A Ásia tem uma vantagem comparativa na produção de produtos manufaturados devido aos baixos custos de mão de obra, à experiência em capital tecnológico e a grandes reservas de poupança.
A própria integração econômica da Ásia é uma espécie de inspiração para a América Latina. O nível de comércio e investimento em sua própria região ajudou a solidificar sua posição como uma importante economia global de comércio.
Empresas asiáticas na América Latina
A América Latina também recebe uma grande quantidade de investimentos de investidores asiáticos. As empresas asiáticas que já investiram na América Latina incluem:
- Viettel (telecomunicações vietnamitas): As subsidiárias latino-americanas geraram receita líquida de US$ 72,5 milhões nos primeiros nove meses de 2018.
- Honda (indústria automotiva japonesa): fábricas no Brasil, Argentina e México, com a fábrica brasileira expandindo a produção para atender a todo o país até 2021.
- Hansoll Textile (produção têxtil coreana): operações na Guatemala e na Nicarágua para garantir a entrega rápida a clientes sediados nos Estados Unidos.
Os investidores asiáticos já estão financiando projetos de infraestrutura de grande escala na América Latina, incluindo canais, pontes, estradas e aeroportos. Está claro que a Ásia tem uma presença dominante e crescente na região da América Latina.
Acordos de livre comércio
Em 2017, havia 25 TLCs entre a região da Ásia-Pacífico e a América Latina. Até 2025, estima-se que poderá haver até 36. O Chile domina os TLCs com a região da Ásia-Pacífico. Taiwan e Cingapura têm, cada um, 4 ALCs com países latino-americanos. Os TLCs são importantes para facilitar o crescimento do comércio entre as duas regiões. O sucesso dos acordos de livre comércio chineses com o Chile e o Peru promove isso ainda mais. As exportações do Chile para a China cresceram 43% ao ano, em média, devido à redução dos custos comerciais. Essa estatística impressionante reforça a importância dos acordos de livre comércio para melhorar a integração econômica inter-regional.
- CPTPP: O acordo CPTPP é amplamente dominado pelas regiões da Ásia e da América Latina (apenas três países estão fora dessas duas regiões). Chile, México, Peru, Brunei, Japão, Malásia, Cingapura e Vietnã.
- MERCOSUL: o bloco comercial formado por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai com outros países associados da América Latina. O MERCOSUL está procurando assinar um TLC com o Paquistão em 2019.
- Aliança ASEAN-Pacífico: A Aliança do Pacífico é formada por Chile, Colômbia, México e Peru, com um foco específico na orientação do comércio para a região do Pacífico Asiático, a ASEAN.
- Acordos específicos por país incluem Tailândia-Peru, Indonésia-Chile, Panamá-Taiwan e América Central-Coreia. As negociações propostas incluem Equador-Índia e Filipinas-México.
Comércio de serviços
O setor de serviços asiático está crescendo mais rapidamente do que a média mundial. Mais especificamente, o Camboja, a Índia, a Indonésia, Cingapura e as Filipinas tiveram o crescimento mais rápido de 12 a 18% ao ano nas exportações de serviços. As empresas da América Latina podem se beneficiar de serviços de offshoring com preços competitivos, como centros de contato em países como Filipinas e Índia. Esses destinos também são atraentes devido a uma grande população trabalhadora bilíngue. Além disso, a exportação de produtos para os mercados asiáticos por meio de centros logísticos importantes, como Cingapura, ajuda as empresas a tirar proveito de suas principais competências no transporte de mercadorias. Para continuar aproveitando as oportunidades no setor de serviços, é importante que os FTAs sejam abrangentes e cubram adequadamente o setor de serviços.
Investimento estrangeiro direto (IED)
O comércio entre a Ásia e a América Latina abrange mais do que apenas produtos e serviços. O IED engloba o grande volume de investimento feito entre as duas regiões por uma parte estrangeira. Considerando que os fluxos de IED geralmente seguem o estabelecimento de uma sólida relação comercial de produtos e serviços, é promissor o fato de que um IED significativo esteja ocorrendo atualmente entre a América Latina e a Ásia. A criação de acordos de livre comércio que reduzem as barreiras ao comércio e protegem os investidores sugere que o crescimento atual continuará em uma tendência positiva de alta. Mais uma vez, a Ásia detém quase dois terços dos estoques combinados de IED em investimentos na América Latina.
Os investimentos latino-americanos na Ásia estão concentrados na China, Hong Kong e Índia. Em 2017, 68 tratados bilaterais de investimento foram assinados entre a Ásia-Pacífico e a América Latina. Esses acordos bilaterais facilitam os fluxos de investimento e protegem os investidores. Essas estruturas incentivam o investimento.
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